domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um Beijo Roubado (My Blueberry Nights)


Quer assistir um filme "legalzinho", romântico e sem apelação. Procure em sua locadora por “Um beijo roubado” (My blueberry nights). De cara, o filme pode atrair pela curiosa participação da cantora Norah Jones como protagonista, pela riqueza do elenco – que traz Jude Law, Natalie Portman, Rachel Weisz e David Strathairn – ou pela grife do diretor Wong Kar Wai, do elogiadíssimo “Amor à flor da pele”. 
"Um beijo roubado" não chega a ser uma obra-prima. Longe disso. “Um beijo roubado” é um filme de alma pequena, um poema sem pretensões, um delírio estético sem objetivos de grande porte. Se você fingir não ver que Norah Jones é uma péssima atriz e não se incomodar com o uso excessivo da câmera lenta, pode ser uma experiência prazerosa e aconchegante, algo como um sonho bom que esquecemos logo ao acordar. 
Na trama, dois jovens que sofrem de dor-de-cotovelo aguda, Elizabeth (Jones) e Jeremy (Law), encontram-se na lanchonete dele, em Nova York, e resolvem curtir a solidão a dois. Após uma noite de lamúrias e um beijo roubado, o casal se separa e ela parte numa viagem pelos Estados Unidos sem destino certo.
Em Memphis, Elizabeth vira garçonete e assiste à decadência de um policial alcoólatra (Strathairn) frente à ex-mulher (Weisz). Seguindo viagem, ela vai para o Ely, no Estado de Nevada, onde encontra uma jogadora de pôquer profissional interpretada pela sempre ótima Portman, que deixa a falta de expressão de Norah Jones ainda mais evidente. 
Mas por que o diretor teria apostado tão alto na cantora como atriz? A explicação é uma só: ela está linda na tela. Com a extravagante fotografia de Darius Khondji, de imagens granuladas e cores supersaturadas, os olhos de Norah ganham magnetismo e até sua respiração parece significar alguma coisa.
Com esse “empurrãozinho” visual e a ajuda de uma 
trilha sonora bem pensada (que inclui, além da própria cantora, melodias nostálgicas de Cat Power, Otis Redding e outros), Wong Kar Wai salva o filme das limitações dramáticas de Norah Jones, que por pouco não faz o sonho colorido do diretor se transformar num pesadelo tedioso. 
A maioria das cenas é rodada em locais fechados, como bares, restaurantes e cassinos, onde os olhos atentos de Elizabeth observam as angústias dos outros. 
É um filme próprio para se assistir à dois, bem juntinho e aconchegadinhos, deixando-se levar no ritmo lento com que se desenvolve a paixão dos personagens. 

Nine (Nine) 2009

Eu não tenho um preferencial por musicais. Em geral acho eles entediantes e "sem noção". Mas confesso que assisti à "Chicago" e gostei. Agora acabo de assistir "Nine" do mesmo diretor, Rob Marshall e não gostei tanto. Apeser de "Nine" ter uma composição de ingredientes poderosos: sete belísssimas e talentosas atrizes (Penélope Cruz como Carla, Marion Catillard como Luisa, Nicole Kidman como Claudia, Kate Hudson como Stephanie, Fergie como Saraghina, Sophia Loren como Sophia Loren e Lilli (Judi Dench), um diretor premiado (Marshall ganhou 6 Oscars com Chicago) e uma premissa inspirada por um dos grandes clássicos da sétima arte (8 1/2 de Federico Fellini), o musical mais parece um prato que sai do forno mas acaba meio sem sal.
Na trama, Guido Contini (Daniel Day-Lewis) é um cineasta italiano considerado genial, mas cujos últimos filmes foram fracassos de crítica e público, o que faz aumentar ainda mais a pressão e a expectativa sobre seu próximo projeto, que por enquanto tem apenas um título: Italia. O fato de não existir um roteiro é simplesmente ignorado pelo estúdio e pelo produtor Dante (Ricky Tognazzi), que já estão produzindo cenários e promovendo o novo filme junto à imprensa. Os jornalistas, por sua vez, o atacam ferozmente em uma coletiva de imprensa com perguntas demasiado sinceras e incisivas - "Será que omaestro já não tem mais o que dizer?".
Mas apesar da referência à obra de Fellini de 1963, a obra atualizada não chega aos pés do original. Se olharmos para o Guido interpretado por Marcello Mastroianni, vemos ali um cineasta sem rumo, mas um home seguro e plenamente consciente de que não há um roteiro, tentando encontrar uma saída e forte o suficiente para admitir que talvez ela não exista. Já o Guido de Lewis é um menino inseguro, desesperado com a situação em que se encontra, precisando do colo da mãe. Isso sem mencionar que o original de 63 o personagem e o roteiro não fazem, durante todo o tempo, nem uma menção firme e definitiva que o problema de Guido é a ausência total de inspiração, o que em Nine, fica evidente nos primeiros minutos do filme. 

O roteiro inexistente de Italia (nome do filme que Guido tenta produzir) faz contraste à profusão de mulheres à volta de seu diretor. Temos sua sensual amante Carla (Penélope Cruz, linda como sempre) que precisa de atenção e a anulada esposa Luisa (Marion Cotillard), com quem ele egocentricamente tenta sustentar um casamento, mas sem sucesso. Na mistura também entramNicole Kidman, que vive a atriz e musa inspiradora Claudia, cuja paixão pelo cineasta não é correspondida; e a atirada jornalista Stephanie, interpretada por Kate Hudson e cujo número musical é um dos mais contagiantes. 
Como se mulheres de carne e osso não bastassem, Guido também busca na memória a lembrança da prostituta de sua adolescência Saraghina (Fergie) e o fantasma de sua falecida mãe (Sophia Loren). Mas é na figurinista Lilli (Judi Dench, ótima) que Guido busca alento, alguém para lhe passar a mão na cabeça, mesmo sabendo que está errado. 



Chega a ser irritante a opção do roteiro em mostrar o personagem indo de uma mulher a outra em busca de uma solução - como se uma delas pudesse entregar-lhe um roteiro prontinho e genial - e ainda assim não aprender nada. A cada encontro o personagem permanece o mesmo, com os olhos focados em seu problema, em vez de aproveitar as possibilidades ao seu redor.




O problema de Nine é a inconstância do roteiro, alternando momentos enfadonhos que chega a dar sono com momentos incríveis, com ótimas perfomances dos atores e dos musicais que não começam do nada e tem sempre lugar no imaginário de Guido ou nos palcos. Destaque para "Folies Bergère", com Judi Dench, "Be Italian", com Fergie, e "Cinema Italiano", com Kate Hudson.




Agora, para quem curte rap, fica a curiosidade e a estonteante surpresa de ver Fergie (do Black Eyed Pies) cantando e dançando como nos musicais da Broadway. 



Ficha completa: http://www.imdb.pt/title/tt0875034/

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Onde Vivem os Monstros (Where the Wild Things Are) 2009

Uma grata e gostosa surpresa. Spike Jonze surpreende o público ao dirigir esta profunda experiência sentimental de forma mágica e tocante. O filme é baseado em um livro infantil de 1963 de Maurice Sendak. É um livro curto, com cerca de apenas 40 versos e muitas ilustrações. Um livro infantil mesmo. A missão de Jonze foi árdua: afinal, como preencher cerca de 1h30 de filme com uma história de 40 versos. O segredo é o mesmo do livro: o visual. Para quem não sabe ou não se lembra, Spike Jonze é um dos mais bem pagos e conceituados diretores no mundo dos Video Clips. Mas já produziu pérolas como "Quero Ser John Malkovich" (1999) e "Adaption" (2002), e bela porcarias escatalógicas como a série infindável "Jackass".Talvez por isso o mistério do que seria feito com "Onde Vivem os Monstros" era grande. 
Mas Jonze é um apaixonado pelo livro desde sua infância. A a receita utilizada para preencher o tempo do longa com tão pouco diálogo, como já disse, foi o visual. Não é nada fantástico, nem superprodução em CGI ou 3D ou nada assim. Ele conseguiu transpor para a tela nossas fantasias de criança, dos nossos monstros imaginários que apesar de parecerem assustadores, são meigos e amigos.
A mensagem é apaixonante, difícil de qualquer espectador não se identificar com o personagem Max (Max Records), protagonista da história, após uma briga com sua mãe, parece criar um mundo imaginário para onde foge e encontra seus "amigos monstros" com quem vive grandes aventuras infantis ao mesmo tempo em que amadurece e nos mostra a profunda melancolia e angústia que impregnam a infância e a medida em que ele é confrontado com a finitude e a morte das coisas, que se percebe que o mundo é cercado de despedidas e trevas momentâneas. É quando ele descobre que deve voltar e que existe alguém a sua espera e que o ama mais que tudo. 
Um filme apaixonante, que deve ser visto com paciência e despido de críticas e análises de bom ou mal. Deixe-se levar nesta fantasia. Você se verá facilmente no lugar do pequeno Max!
Curiosidade: o livro em que o filme se baseia, só foi lançado no Brasil agora, por ocasião do lançamento do filme.
Ficha Completa: http://www.imdb.pt/title/tt0386117/

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (The imaginarium of Doctor Parnassus) 2009

Imagine poder entrar em um mundo formado por sua própria imaginação. De uma forma louca, deslumbrante e intensa. Essa é a premissa básica de "O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus". Dr. Parnassus (Christopher Plummer) é um milenário sr. que fez um acordo com o diabo (Tam Waits) também chamdo de Nick, para se tornar imortal. Só que à um preço alto. Qualquer filho de Parnassus que chegasse aos 16 anos seria entregue ao diabo. Valerie (Lily Cole) e filha de Parnassus e está a três dias de completar 16. Desesperado, Parnassus faz uma nova aposta com o diabo: quem conseguisse seduzir 5 almas antes da meia noite do dia do aniversário de Val, ficaria com ela para sempre. É ai que aparece Anthony "Tony" Shepherd (Heath Ledger / Johnny Deep / Jude Law / Colin Farrell), um homem misterioso que a trupe socorre quando estava morrendo enforcado sob uma ponte. O desenrolar da história, só assistindo mesmo.
Dirigido e escrito por Terry Gilliam (Os Irmãos Grimm e O Pescador de Ilusões, entre outros) o filme tem uma narrativa empolgante e envolvente do início ao fim, daqueles que nunca cansam o espectador, mesmo sem grandes cenas de ação ou nenhuma piada empolgante. A firmeza do roteiro ainda é apoiada por cenários incríveis de quem entra no Imaginarium (um espelho com o poder de entrar na imaginação das pessoas sob o comando de Parnassus e que foi dado à ele pelo diabo). O próprio "veículo" da trupe, uma espécie de carroça Saltimbanco que anda pelas ruas de Londres e que até lembra aqueles ônibus de dois andares londrinos. O figurino às vezes nos fazem imaginar que estamos vendo um filme ambientado na idade média e só perdemos essa referência quando temos uma cena aberta ou com pessoas fora da trupe de artistas que ainda inclui o anão Percy (Verne Troyer) e Anton (Andrew Garfield). Indicado para o Oscar de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino (deve levar a melhor nesta última) poderia ainda ser indicado na categoria Ator Principal, não fosse uma fatalidade.
Heath Ledger que interpreta Tony tinha mais de 1/3 de suas cenas filmadas quando morreu inesperadamente em 2008. As filmagens foram interrompidas temporariamente até que o diretor resolver chamar Jude Law para substituir Ledger. Com uma mudança de roteiro, cada vez que "Tony" entrasse no espelho ele assumiria uma nova forma, de acordo com a imaginação da pessoa. Essa modificação permitiu a inclusão ainda de Colin Farrell (Law e Farrelll eram amigos muito próximos de Ledger) e de Johnny Deep (também amigo de Ledger), que o diretor de fotografia, Nicola Pecorini. O resultado ficou, além de inusitado, curioso e muito bom.
Pelo pouco que Heath Ledger fez, dá para presumir que ele facilmente seria indicado ao Oscar de Melhor Ator (ele ganhou de Ator Coadjuvante, póstumamente, pelo Coringa de Batman Begin). Gilliam ainda contou, à época do lançamento do filme, que boa parte dos diálogos e piadas que o "Tony de Ledger" contam no filme são pura improvisações suas. O que nos deixa com mais certeza ainda que Hollywood perdeu um grande e promissor ator.
Ficha completa: http://www.imdb.pt/title/tt1054606/

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Amigas com Dinheiro (Friends With Money) 2006

Uma forma inteligente de observar diversos tipos de relacionamentos, mostrando que não há uma regra para ser feliz. Amigas com Dinheiro foi escrito e dirigido por Nicole Holofcener (Lovely & Amazing), acostumada a trabalhar em alguns episódios de séries da TV como Gilmore Girls e Sex and the City. Por essa razão, podemos comparar o longa a seriados no quais o público é majoritariamente feminino, com uma linguagem irônica semelhante, e nossos malfadados dias se transformam em motivo para riso. Amigas com Dinheiro mostra o convívio de quatro amigas de infância, Olivia (Jennifer Aniston), Franny (Joan Cusack), Jane (Frances McDormand) e Christine (Catherine Keener). Cada uma possui uma vida bem diferente da outra e isso inclui a forma com que vivem o casamento, com exceção da solitária Olívia que está presa a uma antiga paixão. Franny é rica e tem um casamento perfeito. Jane é uma irritada estilista bem-sucedida, casada com um homem que todos pensam ser gay. Christine é roteirista e vive um casamento em crise. Elas se unem para tentar ajudar Olívia, que deixou a profissão de professora para se dedicar à faxina e não tem a menor idéia do que quer para a própria vida, enquanto tentam sobreviver aos próprios problemas. O enredo de Amigas com Dinheiro é o ponto forte desta produção que não possui grandes atrativos visuais nem sonoros, mesmo porque se os tivesse perderia sua grande característica que é chamar a atenção para o drama vivido pelas personagens. O resultado é uma gostosa conversa entre amigas, não necessariamente com dinheiro.
Ficha Completa: http://www.imdb.pt/title/tt0436331/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Guerra ao Terror (The Hurt Locker) 2010

Essa excelente produção do cinema quase não chega às telonas nacionais por um equívoco de mídia. Com pouco dinheiro para divulgação, a obra dirigida por Kathryn Bigelow estreou em pouca salas norte-americanas e no resto do mundo também não vinha muito bem. Até que começou a abocanhar alguns prêmios internacionais como o concedido pela National Society of Film Critics (Melhor Filme, Direção e Ator) assim como os da Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles e New York. Ai sua carreira decolou internacionalmente. Ainda assim, aqui no Brasil, seu destino estava fadado aos DVDs sem passar pelos cinemas até as 9 indicações ao Oscar. Finalmente, desde a última sexta-feira (5), os brasileiros podem assistir essa verdadeira obra de arte sobre a Guerra.
O filme relata a história de peritos em desarme de explosivos no Iraque. Uma visão diferenciada sobre a guerra, já que poucos conhecem sobre estes profissionais que arriscam diariamente suas vidas para garantir a vida da população e de suas próprias tropas. Dentro desse enredo se desdobra o drama de William James (Jeremy Renner) que é visivelmente viciado em adrenalina e coloca a vida de seus companheiros e a sua própria em risco tomando atitudes inesperadas e fora das normas no exercício da profissão. 
A câmera "nervosa", trêmula por diversas vezes e assumindo a função de protagonista quando age como o olhar de James deixa o expectador com a sensação de tensão a cada minuto. Como se a todo instante, a cada movimento em falso, uma mina ou armadilha fosse detonar. 
Esse foco pode ter sido o grande trunfo de Bigelow que ainda é considerada uma novata nos meios de Hollywood e com pouco e fracos filmes no curriculum (como K 19). Mas ela mostra amadurecimento e um futuro extremamente promissor com "Guerra ao Terror", e para os especialistas, não vai ser nenhuma surpresa ela abocanhar muito mais estatuetas que seu ex-marido, o diretor de Avatar com também 9 indicações, James Cameron. 
Anote ai minhas apostas para "The Hurt Locker": Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (se a Academia não optar pela memória viva de Nelson Mandela interpretado por Morgam Freeman em "Invictus"), e Montagem. 
Ficha Completa: http://www.imdb.pt/title/tt0887912/

Se Beber, Não Case (The Hangover) USA 2009


Muita gente com certeza já passou por uma situação como essa. Pelo menos 99% de meus amigos já. Beber e farrear tanto, tanto que no outro dia não se lembra de absolutamente nada. Algumas pessoas dizem que é uma "desculpa esfarrapada" dizer que aconteceu isso para se sentir menos culpada pelos absurdos que cometeu na noite anterior.
Mas quando se chega ao ponto em que Phil Wenneck (Bradley Cooper de Maluca Paixão) e seus amigos Stu (Ed Helms), Alan (Zach Galifianakis) e Doug (Justin Bartha) a coisa pode ficar muito feia. Os quatro amigos saem em uma viagem para Las Vegas para fazer a despedida de solteiro de Doug. Algo comum e muito corriqueiro nos Estados Unidos. Mas tudo toma outro rumo após um drink inicial no telhado do hotel. Somos levados já ao despertar dos amigos em um quarto de hotel absolutamente bagunçado, com cadeiras queimadas, uma verdadeira zona e um par de pés descalços de mulher misteriosamente saindo na ponta dos dedos. Os despertar dos amigos é como o de qualquer outro após uma bebedeira alucinada. Mas concordamos que não é nada comum achar em nossos quartos, por pior que tenha sido a bebedeira, um neném abandonado e um tigre no banheiro!
E o pior: Doug, que iria se casar dali a algumas horas, simplesmente sumiu e ninguém se lembra de nada após as 21h da noite anterior.
O desenrolar da história é recheada de eventos alucinantes e hilários a medida que Phil, Stu (que perdeu um dente e se casou com uma prostituta) e Alan vão desvendando o mistério da noitada anterior. Decididamente muito engraçado e não foi àtoa que "Se Beber, Não Case" ganhou o Globo de Ouro de 2010 como Melhor Filme de Comédia ou Musical.
Ficha completa: http://www.imdb.pt/title/tt1119646/

sábado, 6 de fevereiro de 2010

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

AVATAR (AVATAR 2010)

O melhor jeito para falar de Avatar é assisti-lo sem a "pirotecnia" do famigerado 3D. Não que eu seja contra o uso do recurso. Pelo contrário. Como fã de ficção científica, qualquer coisa que seja criado e utilizado para melhorar e personificar nossos mais loucos desejos de tecnologia é válido. Mas se utilizar de um recurso como esse para apresentar um enredo é um tiro no pé, mas que pode render milhões, ou bilhões de dólares.
Eu ainda me lembro muito bem do primeiro filme com recurso 3D que assisti. Foi há muitos e muitos anos atrás, nos idos de 1991, no velho Cine Campo Grande. O filme "O Pesadelo Final: A Morte de Fred". Ah, finalmente o ser maldito que atormentava os sonhos dos mais jovens iria morrer, ir para o inferno, e em grande estilo... em 3D! Mas... o filme com certeza está entre os piores filmes que já assisti. Ou o pior, se colocar na categoria de filmes que prometem muito e cumprem pouco ou nada. Já que na minha escala de piores, tenho uma categoria especial para todos os filmes de Chuck Norris e Steven Seagal, o de pior dos piores. Mas voltando ao 3D, o tal fim de Fred (que não foi o fim) não tinha o menor sentido, nem pé, nem cabeça. Horrível em todos os sentidos. Mas tinha o famigerado 3D como apelo de mídia. Agora voltamos  para 2010, com Avatar. Certamente não colocarei o filme de James Cameron na lista de piores. 
O filme é legal. Mas não passa disso. Tirando o 3D, o que resta para apoiar a narrativa são cenas belíssimas de paisagens idílicas, antes só vistas nos desenhos de Caverna do Dragão (alguém ai se lembrou das montanha flutuantes?). A história toda é capenga. O que se vê é um desfile de crichês da mania eco-cultural que se vê em tempos de "aquecimento global" (ou seria "resfriamento"?). A tal "ligação espiritual" dos Navi (humanóides habitantes de Pandora) é basicamente o que todo ser humano ligado em ecologia vive propagando aos 4 ventos. Que devemos nos unir e entender a natureza, a conviver com ela, blá, blá blá... E como todo papo-cabeça-ecológico que se preza, o homem tem que ser o terrível e maligno ser destruidor 
de todo um ecossistema em busca de benefícios para seu modo de vida cada vez mais desumano (alguém pensou em contradição?). Como eu disse, não é um filme de todo o ruim. Na festa do Oscar, deverá receber com certeza ao menos 4, dos nove prêmios à que foi indicado. Afinal, em Efeitos Visuais, Efeitos Sonoros. Som e Fotografia, Avatar é quase imbatível.
Claro, tudo isso é minha opinião, mas pareço ter um pouco de respaldo, já que Avatar não foi indicado em nenhuma das duas categorias que costumam "encaminhar" um filme para o apogeu de receber a estatueta de Melhor Filme e Melhor Direção, que são as categorias de Roteiro Adaptado e Roteiro Original. É pagar para ver, e caro, pois as sessões de 3D são muito mais caras que as normais!
Ficha completa: http://www.imdb.pt/title/tt0499549/

Sandra Bullock, a poderosa de Hollywood.

Nem só de holofotes vivem as grandes estrelas hollywoodianas. Sandra Bullock que o diga. Em 2009 ela esteve em duas produções que lhe valeram indicações ao Globo de Ouro - Um Sonho Possível - onde venceu como melhor atriz e A Proposta, que perdeu para Meryl Streep. Agora, para o Oscar, ela é indicada para a categoria de Melhor Atriz em Um Sonho Possível (The Blind Side), novamente concorrendo com Streep. A premiação de Bullock, sua primeira, é praticamente uma barbada nas bancas de apostas. Mas o que pouca gente sabia até hoje, quando saiu as indicações para o Framboesa de Ouro, que premia os piores do ano, lá estava ela, Sandra Bullock, como pior atriz. Mas no Framboesa, o filme responsável por essa indicação não é nem A Proposta, nem Um Sonho Possível. É uma terceira produção em que Sandra foi inclusive produtora. Isso aí, enfiou dinheiro do próprio bolso para fazer a fraca "Maluca Paixão" (All About Steve). Neste filme, Sandra é Mary Horowitz, uma mulher prá lá de esquisita, que fala muito, e é uma chata de galocha (literalmente, já que não larga de sua galocha vermelha. Ou seria bota?). Ela é a responsável em criar as palavras cruzadas para o jornal de sua cidade (que já não quer publicá-los mais) que se envolve em aventuras para lá de improváveis enquanto corre atrás de um câmeraman da CNN, o tal Steve (Bradley Cooper), que ela acredita ser seu amor perfeito e quer convencêlo disso pelo interior dos Estados Unidos, se envolvendo em resgate de crianças que cairam num buraco (ela cai sem querer depois que quase todas as crianças são resgatadas, uma cena hilária) e na manifestação mais "freak" que já vi: Se uma criança tinha ou não o direito a ter 3 pernas!!!!!
O filme é ruim, mas vale a pena ser visto pelos lances engraçados, hilários e improváveis em que Mary se envolve. Atenção para o mullet oitentista de Bullock. É muito... feio!!!!
Mas enfim, Sandra Bullock pode ganhar dois prêmios em 2010, o de Melhor e Pior Atriz! 
Ficha completa: http://www.imdb.pt/title/tt0881891/