Não precisa ser nenhum bebê chorão, nem uma manteiga derretida para se pegar chorando (compulsivamente até) ao assistir Hashico (ou Hashi, a dog story, título em inglês ou ainda, "Sempre ao seu lado", nome de batismo em terra brasilis). Hashico é muito mais que uma história entre um cão e seu dono. É uma história de amor, fidelidade, amizade, coisa muito rara de ser ver hoje em dia, entre os humanos, pelo menos. Baseado em um história real que virou lenda no Japão, Hashi (oito em japonês, pois era o oitava da ninhada) é um Akita, cachorro conhecido por seu temperamento independente e avesso à treinamentos. No filme de 2009, a história foi transportada da cidade original de Shibuya, nos arredores de Tóquio, para Rode Island, nos Estados Unidos. Ainda filhote, Hashi acidentalmente escapa de sua gaiola e encontra o professor de música Parker Wilson (Richard Gere) que toma o trem todos os dias para ir dar aula na universidade, voltando sempre a tardinha. Relutante, principalmente por causa da esposa que não queria animais de estimação (fica nas entrelinhas que eles acabaram de perder um animalzinho muito querido recentemente), Wilson acaba adotando e criando um laço de amizade tão grande com Hashi que nem a esposa quis romper e aceitou a adoção. Entre as indas e vinda do filme, e as frustradas tentativas de Wilson ensinar Hashi a pegar uma bolinha, ele descobre que isso faz parte do caráter do animal quando conversava com um amigo japonês que também explicou e indiretamente deu o nome a Hashi. Mas uma coisa ele fazia de muito bom grado e por conta própria: Seguia Wilson até a estação todos os dias e perto do horário da chegada do professor ele corria e esperava sentado em uma pracinha em frente a saída da estação. Um comportamento inexperado e admirado por todos.
ATENÇÃO! SPOILERS DAQUI PARA A FRENTE.Mas chega o dia em que Hashi não queria que o professor pegasse o trem, e até a bolinha ele pegou para tentar fazê-lo ficar. Mas nada. Ele então espera, espera, espera... e nada. O professor faleceu na universidade de ataque cardíaco. A filha do professor, agora casada, tenta levá-lo para casa onde eles irão morar com a mãe agora viúva. Mas Hashi foge e volta para a estação. Vendo que não havia nada a fazer, Michael, genro do professor, decide deixá-lo na ferroviária, onde continua sendo agradado e tratado por todos. Vira inclusive matéria de reportagem.
E assim Hashi repetiu a sua rotina durante 10 longos anos, até que, na velhice, numa fria noite de inverno, ele vai para a estação, em um horário diferente, pela última vez. Ele finalmente reencontra seu dono, e felizes saem brincando mundo afora. Hashico falecera.
Richard Gere em suas entrevistas conta que dificilmente consegue contar sobre o filme sem ficar embargado ou chorar.
Mesmo sabendo o começo meio e fim do filme, é impossível de não se assistir mais de uma vez.
No Japão, na cidade de Shibuya, em frente à estação de trem, hoje existe uma estátua de bronze homenageando o personagem principal que faleceu, originalmente, em 1935. Há quem ache que seja apenas uma lenda japonesa para falar de amizade e lealdade. Que seja! Mas como disse o pequeno Ronnie, neto de Wilson, na aula que a professora pediu para que falassem sobre seu herói, ele começou, entre risadas desacreditadas dos colegas, a conta a história de Hashi e seu avô, e quando termina, a sala de aula inteira está aos prantos.
Indico à todos...
Ficha completa do filme: http://www.imdb.pt/title/tt1028532/
Trailler: